A Secretaria de Educação (Seduc) realizou, nesta quinta-feira (11/07), o último encontro da programação Acolher e Educar com foco no tema “Escola Sensível ao Trauma”. Transmitida ao vivo no canal TV Seduc RS, no YouTube, o evento teve a apresentação da professora Carolina Campos, diretora executiva do Vozes da Educação e especialista na área de trauma no ambiente escolar.

A série de lives foi organizada pela Seduc para compartilhar informações e orientar a rede estadual após as enchentes e inundações ocorridas em maio. Durante a transmissão, Carolina enfatizou o ideal da escola como uma família de famílias.

Ela destacou que a educação é uma responsabilidade compartilhada entre a família e o Estado, conforme previsto na legislação brasileira, incluindo a Constituição e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. A partir dessa premissa, foi abordada a importância de inserir pais, mães e responsáveis pelos alunos dentro dos processos educativos das instituições de ensino.

“A colaboração com as famílias é um dos princípios orientadores da escola sensível ao trauma, que compreende o papel que os familiares desempenham para o desenvolvimento pleno dos estudantes. Por isso, é um modelo de escola que identifica premissas realistas de integrar esses adultos no processo de educação escolar,” explicou a professora.

Segundo ela, promover um ambiente de apoio e engajamento familiar traz um conjunto de benefícios, contribuindo para o desenvolvimento das aprendizagens escolares. Carolina citou estudos acadêmicos que demonstram a relação entre a participação das famílias na escola e a maior compreensão e empatia dos professores com os alunos; a redução de comportamentos inadequados dos estudantes em sala de aula; a diminuição de faltas injustificadas; e a melhoria no resultado das atividades pedagógicas.

A professora também discutiu a diferença entre escolas "fortalezas", que veem as famílias como obstáculos, e escolas "parceiras", que valorizam as contribuições das famílias para o sucesso dos alunos. Carolina destacou a necessidade de diversificar os processos de comunicação para alcançar melhor as famílias, utilizando ferramentas como mensagens de áudios e outras tecnologias.

“Em momento de crise ou pós-crise, os esforços para melhorar a comunicação podem incluir a adoção de alternativas variadas, com vários meios que possam ser usados em uma emergência, considerando os obstáculos enfrentados pelas famílias, e a divulgação desses canais para todos”, sugeriu.

Para auxiliar as famílias, a Escola Sensível ao Trauma deve oferecer informações de maneira simplificada e criar oportunidades para que elas se conheçam e se apoiem mutuamente. Nesse sentido, Carolina recomendou a criação de associações de pais e a delegação de funções como a organização de eventos, promovendo um senso de comunidade. Por fim, em situações difíceis, ela reforçou que os professores e a equipe diretiva precisam fornecer apoio sem ser impositivos, mantendo uma atitude calma e ajudando as famílias desses a gerenciar emoções e comportamentos.

Assista à live completa abaixo: