O deputado estadual e professor de história, Raul Pont, palestrou para representantes das Coordenadorias Regionais de Educação, na tarde desta quinta-feira (16), no Auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari. Participaram da Mesa o secretário de Estado da Educação, Prof. Dr. Jose Clovis de Azevedo, a secretária de Comunicação e Inclusão Digital, Vera Spolidoro e o Assessor Parlamentar da Secretaria de Estado da Educação, José Valdir Rodrigues. Pont abordou o cenário político e social do Brasil nos anos 50 e início da década de 60. Ele afirmou que a legalidade foi um desses episódios nos quais o protagonismo das pessoas pode mudar a história. O secretário Azevedo lembrou que os movimentos militares da década de 50, que culminaram no golpe de 64, foram fruto da formação que militares brasileiros tiveram nas escolas militares norte-americanas, após a Segunda Guerra Mundial: ?Eles trouxeram para o Brasil a lógica da guerra fria?, concluiu Azevedo. Pont explicou que o governo de Getúlio Vargas modernizou o país e implantou um projeto de desenvolvimento autônomo, que buscava incluir social e politicamente as massas populares. Entretanto, ele não tinha apoio na classe dominante brasileira. O partido que representava as classes médias enriquecidas, a União Democrática Nacional (UDN) era oposição ao governo Vargas. A eleição de Juscelino Kubitschek representou a ascensão de um projeto desenvolvimentista, associado ao capital estrangeiro, que rompe com o caráter nacionalista do getulismo. O governo Jânio Quadros foi marcado pelo personalismo e moralismo, e não contava com base partidária sólida. A renuncia de Jânio Quadros gera a tentativa do comando militar de impedir a posse do vice-presidente João Goulart, que estava em viagem à China. Esta tentativa de golpe levou o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, a organizar a resistência, para assegurar a posse de João Goulart. Neste episódio três elementos foram fundamentais: a Cadeia da Legalidade (rede de emissoras de rádio), organizada a partir da requisição da Rádio Guaíba, que passou a transmitir dos porões do Palácio Piratini; a mobilização da Brigada Militar e o apoio de sargentos, cabos e praças das forças armadas. Este quadro levou o comandante do Terceiro Exército, que inicialmente apoiava os golpistas, a defender a posse de João Goulart, o que contribuiu decisivamente para a vitória da Legalidade. Comemoração O governo do Estado esta organizando uma série de atividades para celebrar os 50 anos da Legalidade. Na semana de 25 de agosto a quatro de setembro vai ocorrer o show ?Musical da Legalidade?, em frente ao Palácio Piratini, vai ser inaugurado o Memorial da Legalidade, no porão do Palácio Piratini, onde funcionou a Rádio da Legalidade, a TVE e a Rádio FM Cultura realizarão programas especiais sobre o tema, o Projeto Roda Cine e as salas de cinema do Estado vão exibir filmes sobre o assunto. Na feira do Livro será lançado livro sobre a legalidade, produzido por alunos da rede estadual de ensino. A palestra do professor Raul Pont se insere na preparação dos professores responsáveis pela seleção dos trabalhos.