Professoras da Almirante Bacelar aproximam estudantes da leitura
Projeto desenvolvido em escola estadual gerou quadros e outros trabalhos que serão expostos na Feira do Livro
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A partir de poemas, duas professoras da rede estadual gaúcha desenvolveram um projeto que aproximou da literatura mais de 200 estudantes da Escola de Educação Básica Almirante Bacelar, no Bairro Passo Dornelles, Zona Norte da Capital. O trabalho produzido pelos alunos dos ensinos fundamental e médio ultrapassou a leitura e virou quadros e obras que serão expostos no estande da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), a partir desta quarta-feira (1º/11), na Feira do Livro de Porto Alegre.

Professora de Literatura e Português no ensino médio, Amanda Mesquita (foto à esquerda)conta que tudo nasceu da “contação de histórias”. Seus alunos foram divididos em grupos, e cada um deles recebeu um poema de Vinícius de Moraes ou de Cecília Meireles para trabalhar. Parte da tarefa era ler e interpretar, aos alunos do 1º ano do fundamental, as histórias. “Além disso, cada grupo tinha de fazer também alguma atividade criativa, como um relógio de papel, com qual ensinavam os menores a ver as horas, ou uma dobradura origami”, exemplifica a professora.
Paralelamente, a professora do 1º ano do fundamental Heidi Maciel trabalhava as poesias de Vinícius com as crianças em processo de alfabetização. “O poeta trabalha bastante os sons, e isso é muito importante neste período”, justifica. Outra face do projeto é que, durante as apresentações, os alunos do médio se fantasiavam com roupas que remetem ao poema contado, o que atraiu ainda mais a atenção dos estudantes do fundamental.
O interesse dos estudantes cresceu e, em classe, eles passaram a fazer quadros e cartolinas com poesias. O material virou uma espécie de galeria de arte, apresentada na escola desde o dia 21 de outubro, na Feira Multicultural e da Leitura, que entre outras coisas fala sobre desigualdade social, morte e representações artísticas no Brasil – há ainda espaço sobre o sofrimento do povo nordestino com a seca da região, trabalho desenvolvido com os 1º e 3º anos do ensino médio. O projeto acabou atraindo também parte da comunidade, que visitou a galeria.
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A professora Heidi conta que, às terças, os alunos do fundamental ainda perguntam pelos mais velhos, que neste dia da semana contavam as histórias. “A ação melhorou bastante o aprendizado deles”, ressalta. “Também foi muito importante para os alunos do ensino médio, como estímulo e como forma de contato com a literatura”, complementa Amanda. O material será transferido agora para a Feira do Livro, onde ficará exposto.
A ação deste ano acabou, mas a duas já trabalham para, em 2018, darem continuidade ao projeto.