Pesquisadora defende progressão continuada em Seminário da Seduc
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?O que significa dizer crianças com dificuldade de aprendizagem? Quais crianças? Quais dificuldades? Quais aprendizagens??, ?não existe fracasso escolar?, ?todas as crianças são alfabetizáveis? e ?são as pessoas e as crianças que se alfabetizam, os professores possibilitam, facilitam, são responsáveis por este processo? são algumas perguntas e afirmações feitas pela professora Ivany Souza Ávila nesta quinta-feira (30), no Seminário de Alfabetização e Letramento que a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) realiza em Palmeira das Missões em parceira com Coordenadorias Regionais de Educação (CREs).
Ivany é uma das professoras convidadas a mediar prática e teoria nos encontros regionais promovidos pela Seduc. Em sua palestra, ela defende a progressão continuada, provoca o público e manifesta sua emoção e crença no programa que está sendo proposto pela Seduc para os três primeiros anos do Ensino Fundamental.
O embasamento teórico da professora da UFRGS está na teoria da psicogênese da língua escrita, de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, a teoria do desenvolvimento de Piaget e a consciência fonológica. Ela também destaca a importância de alfabetização e letramento serem tratados como temas complementares, não excludentes. ?Uma criança quando entra na escola não tem grau de letramento zero?, ela enfatiza, para dizer que o letramento transcende à alfabetização, estando relacionada com a rotina e interesse do aluno e da sua família ? o letramento se forma com cartazes, placas, televisão, a bíblia etc., a professora frisa.
Além da palestra na parte da manhã, Ivany será mediadora entre prática e teoria em uma das cinco mesas de relato de boas práticas programadas para o turno da tarde do Seminário.
A ideia dos três anos que se mostram como um bloco, uma sequencia, características da progressão continuada, é muito feliz para a professora. ?No que a reprovação ajuda as crianças a aprenderem? Que coisas interessantes as crianças reprovadas saberiam e que não puderam mostrar? O que elas pensavam sobre a escrita??, pergunta a professora e pesquisadora da alfabetização. Para ela, que tem uma luta antiga contra a reprovação, compreender em que momento as crianças estão é fundamental para o êxito da alfabetização. ?Crianças pequenas não monitoram suas aprendizagens, elas não podem ser responsabilizadas por suas ?não aprendizagens??, enfatizou.
Psicogênese
A Psicogênese da Língua Escrita é termo desenvolvido pela psicolinguista argentina Emilia Ferreiro para apresentar a concepção de sobre o processo de alfabetização que não apresenta método pedagógico, mas revela os processos de aprendizado das crianças. Para Ivany Ávila, a história da alfabetização pode ser dividida em antes e depois de Emilia Ferreiro e da Psicogênese da Língua Escrita.