Pesquisa sobre etanol feita por alunos foi premiada na Febrace
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Quando Ana Clara Stiehl, Luis Paulo Bernardi e Tiago Herpich não foram chamados no primeiro dia de premiação da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada em São Paulo de 13 a 15 março, eles acreditaram que a participação no evento, apenas, havia valido a pena. A surpresa, porém, veio no segundo dia, quando o projeto Etanol de capim elefante (Pennisetum Purpureum) ? Fase 2, tirou o 1º lugar na área de Ciências Exatas e da Terra. A Febrace premia os melhores trabalhos em sete áreas do conhecimento, havendo também empresas e instituições que escolhem projetos vencedores em outras categorias. ?Geralmente os vencedores já recebem alguma premiação no primeiro dia e como não ganhamos, achamos que no segundo dia não seríamos escolhidos. Foi uma grande surpresa, ficamos muito felizes!?, conta Ana Clara.
A pesquisa dos estudantes da Escola Estadual Técnica São João Batista, de Montenegro, começou ainda em 2010, quando os alunos analisaram os aspectos teóricos sobre o capim elefante. Na instituição, os alunos dos três cursos técnicos realizam primeiramente projetos teóricos durante o primeiro ano, desenvolvendo-os durante os anos seguintes. Em 2011, já estando no segundo ano do técnico em química, a aplicação foi prática. O desafio foi fazer etanol, que pode posteriormente ser utilizado como combustível, a partir do capim elefante, que é encontrado no Rio Grande do Sul em barrancos, campos, ?sendo até considerado um inço?, ressalta Tiago. Luis Carlos destaca que um dos diferenciais do processo é o pouco desperdício, pois toda matéria-prima é utilizada.
A professora orientadora do trabalho, Michele Cristin Behrens, é um exemplo de como a pesquisa, incentivada desde cedo, pode mudar o futuro do aluno. Ela estudou na Escola São João Batista e retornou ao colégio com o objetivo de estimular os estudantes. ?Com os projetos de pesquisa as portas se abrem, o mundo dos alunos é transformado. Se o trabalho for feito com paixão não há limites?, conta orgulhosa.
Apresentando o projeto, os estudantes já participaram da Expotec ? feira da própria escola, o que rendeu, para este ano, a publicação de um artigo científico em revista da
Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2012, já na terceira fase do projeto, o objetivo será analisar se a produção do etanol a partir do capim elefante é mais vantajosa em relação à celulose.