Escolas apresentam boas práticas sobre a cultura afro-brasileira
Publicação:

Duas escolas da 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) participaram de seminário sobre os 10 anos da lei 10.639, na sexta-feira e sábado (29 e 30), em Porto Alegre. O evento foi promovido pelas Secretarias Estaduais de Educação e de Direitos Humanos e teve como objetivo debater o ensino da história afro-brasileira nas escolas, consolidando o que está previsto no Plano Nacional das Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e da Cultura Afrobrasileira e Africana.
A Escola João Daniel Hillebrand, de São Leopoldo, desenvolveu o projeto ?Memória e Cultura Afro-Brasileira?, em que buscou resgatar as contribuições da cultura africana para a construção da cultura afro-brasileira. A professora responsável pelo projeto, Josane Roques, explica que o trabalho oportunizou aos alunos compreenderem o processo de construção das desigualdades e os mecanismos de discriminação racial, injustiça e opressão.
Os alunos foram desafiados a pesquisar sobre a temática, através da realização de trabalhos em grupo, confecção de cartazes e maquetes, contação de histórias e visitação a dois museus: a Casa do Imigrante, de São Leopoldo e o Museu Júlio de Castilhos, de Porto Alegre. O livro ?Menina bonita do laço de fita? da escritora Ana Maria Machado, que conta a história de uma menina negra e de um coelho branco, inspirou a confecção de bonecas negras e da sacola da leitura.
A Escola Auri Beschorner, de Salvador do Sul, levou ao Seminário o projeto ?Ações no presente, futuro consciente?, em que buscou resgatar as origens das pessoas da comunidade. De acordo com a diretora, Arsênia Weschenfelder, os alunos realizaram visitas e ouviram as histórias das pessoas locais. A escola também desenvolveu um caderno de receitas típicas de diversas culturas, entre elas a cultura africana. A participação da merendeira da escola, Roneide dos Santos Antunes, foi de fundamental importância, pois ela é profunda conhecedora da culinária africana, como é o caso da feijoada, do vatapá, do acarajé, do sarapatel e da cocada.
De acordo com a assessora das Diversidades da 2ª CRE, Necca Euli Steffen, o encontro incentivou a partilha de conhecimentos construídos nas escolas. Para Necca, apesar de a lei ter 10 anos de existência, ainda é necessário que as escolas a incorporem em seu planejamento pedagógico: "precisamos evoluir para que a lei se torne um projeto coletivo e não individual de alguns professores que abraçam a causa?, acredita.