Uma escola estadual com turno integral, limpa, organizada, com salas de aulas temáticas - português, matemática e ciências -, lousa digital, um netbook por aluno, laboratório de informática com 28 computadores em rede e aulas de judô, música, futsal e dança, além do lançamento de um livro por ano, feito pelos alunos. Isto, somado à dedicação dos 30 professores e funcionários, plenamente integrados com a comunidade e ainda alunos amando seu local de estudo e convivência, bem como pais unidos pela manutenção desta estrutura, capazes de passar o final de semana realizando obras e a pintura dos prédios. Pois ela existe e está localizada no bairro Jardim Floresta, na Capital: Escola Estadual de Ensino Fundamental Aurélio Reis, que conta com cerca de 220 alunos. O colégio foi visitado pelo governador Tarso Genro, na manhã desta sexta-feira (4). "Se fossemos estabelecer um padrão de 1 a 10, esta escola mereceria um padrão 8 ou 9 e até um dez, em alguns aspectos. Esta instituição deve ser a referência para a qual nós queremos remeter todas as escolas do Rio Grande do Sul", garantiu o governador, que disse ter ficado encantado com o que viu. Tarso Genro lembrou que boa parte dos recursos utilizados para equipar a Escola veio da União, por meio do Ministério da Educação. "É gratificante ver que programas que instituímos no Ministério da Educação permitiram que se montassem escolas como esta. Pretendo trazer o ministro Fernando - Fernando Haddad, Ministro da Educação - para ver como estão sendo bem empregados os recursos", disse. O ministro deve vir ao Estado ainda este mês. Escola Aberta A Escola foi escolhida para compor o Projeto-Piloto "Escola Digital", juntamente com outras quatro escolas em Esteio, Caxias do Sul, Passo Fundo e Cachoeira do Sul. A Aurélio Reis funciona pela manhã e tarde, do jardim B até a 8ª série, estando aberta à comunidade aos sábados. A maioria dos alunos reside na Vila Dique, cujas famílias estão sendo transferidas do local para permitir a ampliação da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho. "Todos os professores e funcionários estão imbuídos do espírito de ensinar e preparar os alunos para a vida. Temos muito amor pelo que fazemos e criamos uma grande família com os alunos correspondendo e também nos ensinando", destacou a diretora Nássara Brum Pires Scheck. Ela lembra os alunos vão para a escola e ficam. Além de estudar e de participar das atividades extracurriculares, cultivam hortas e atividades culturais. A Escola conta com dois refeitórios e os alunos recebem até três refeições diárias. "A escola é a minha vida. Adoro a professora, ler, escrever e brincar com meus colegas", garantiu Bibiana, 7 anos, aluna da 3ª série, que se orgulha muito de ter participado do livro Balaio de Palavras, lançado na Feira do Livro de Porto Alegre, em 2009. "Esta é disparada a melhor escola que já estudei. Ela é muita boa e todos estão de parabéns e devem continuar ajudando para que siga funcionando", pediu a aluna Geise, 11 anos, que estuda na 5ª série e pediu aos pais para ser mantida no colégio, mesmo após ter mudado de endereço. Ela fez questão de aproximar-se do governador para relatar o seu amor pela instituição. Questionada por Tarso Genro, ela disse morar no bairro Bom Jesus, levantar às 5h, pegar um ônibus sozinha, para poder estar às 7h45 para a aula da manhã. Horta comunitária O coordenador do projeto Escola Aberta da Aurélio Reis, Jéferson Nunes, disse que o trabalho se torna prazer ao ver a alegria e felicidade dos alunos. Responsável pela horta, ele disse que de lá saem os vegetais que farão parte das refeições das crianças como alface, couve, repolho, além de temperos e chás. "Há três anos eu estudo na Escola e neste período eu aprendi não só história, português ou matemática, eu aprendi que a escola é a nossa segunda casa e não porque passamos a maioria do tempo aqui, mas porque na Escola tem pessoas que nos amam e nos apóiam", enfatizou Adriele, 14 anos, da 8ª série, que falou em nome dos alunos em uma rápida cerimônia realizada no pátio da instituição. "A escola é um cartão-postal. Ela expressa um modelo de boa gestão, de envolvimento com o trabalho dos professores e nota-se um processo educacional e um espaço de criatividade, onde os cérebros de alunos e dos professores possam desenvolver novas ideias, ações, métodos e pensamentos", definiu o secretário de Educação, José Clóvis de Azevedo, acrescentando que ficou sensibilizado com o que encontrou.