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Professor aposta em peças de teatro para dar Aulas Programadas

Docente de Rosário do Sul, que também é ator, conecta temas dos espetáculos com atividades de Sociologia e Português

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Paulo Evandro  da Costa, da Escola Plácido de Castro, na 19ª CRE, usa o teatro como recursos pedagógico nas Aulas Programadas
Paulo Evandro da Costa, da Escola Plácido de Castro, na 19ª CRE, usa o teatro como recursos pedagógico nas Aulas Programadas - Foto: Seduc
Por Isabella Sander

Não é de hoje que Paulo Evandro Pereira da Costa, da Escola Estadual Plácido de Castro, de Rosário do Sul, une seu trabalho como professor e sua carreira como diretor e ator de teatro quando tem a oportunidade. Quando foi iniciada a quarentena e as aulas presenciais foram suspensas, o docente viu nas Aulas Programadas uma possibilidade de digitalizar espetáculos de que já participou e usar o conteúdo das peças em atividades em disciplinas como Sociologia e Português.

Segundo Costa, apesar do longo tempo despendido para digitalizar o material – cada peça leva em torno de oito horas até sair do DVD e ir para o YouTube – o empenho vale a pena, pois o espetáculo se torna uma alternativa à TV de consumo cultural na casa dos alunos. “Resolvi levar o teatro para dentro da casa deles”, explica.

O professor dá aula para o 5º ano e também ministra Sociologia para o Ensino Médio na instituição de ensino. Inicialmente, usava a página no Facebook do colégio somente para publicar atividades pedagógicas de suas aulas. Aos poucos, porém, resolveu divulgar também as peças de teatro que publica em seu canal no YouTube e no Google Classroom, ferramenta que simula uma sala de aula virtual.

A peça “Oz”, por exemplo, serviu de base para discutir temas ligados ao meio ambiente, enquanto o espetáculo “Rosa Corujinha Solteirona” foi usado em deveres de interpretação de texto. Em Sociologia, a encenação “Arena Conta Zumbi” aborda questões políticas que podem gerar análises conectando o contexto da época retratada ao contexto atual.

A repercussão do uso das peças de teatro nas Aulas Programadas tem sido boa. “Está dando resultado, tem gente até de outras cidades assistindo, como Jaraguá do Sul e Palhoça. Isso valoriza os grupos de teatro e qualifica o trabalho em sala de aula”, relata Costa. Os alunos têm interagido para apontar suas impressões a respeito das peças no Classroom.

Para o professor, publicar os espetáculos é, também, uma maneira de manter a arte viva ao longo da pandemia. “O teatro é sempre uma luta, porque, infelizmente, hoje em dia nossa sociedade valoriza muito mais os produtos já prontos, enquanto o teatro é uma antropologia, onde tu tens que entrar em um lugar e passar por uma experimentação. Eu, enquanto membro desses dois mundos, tenho que linkar um ao outro, transformar a arte em ação pedagógica”, destaca.

Além das atividades de Costa, há outros educadores promovendo, por exemplo, a hora do conto, videoaulas com encenação de personagens e teatros com bonecos. “Os alunos se engajam quando a atividade envolve cultura, porque saem do papel e do quadro. Papel e quadro são fundamentais, é claro, mas, às vezes, uma conversa sobre uma peça pode desenvolver mais um assunto do que um conteúdo inteiro no quadro”, observa.

Uso da arte expande horizontes

Ana Alice Campagnaro, coordenadora da 19ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), relata que há diferentes usos da arte na aplicação das Aulas Programadas nas 56 escolas que atende, que abrangem 21,5 mil estudantes. Entre elas, estão paródias, desenhos, pinturas, atividades de expressão corporal e gravações de vídeos. “Tem muito ganho (em realizar estas atividades), principalmente em abrir os horizontes de possibilidades de aprendizagem através da criatividade, com praticidade, com construção de saberes e de seres pensantes, bem como a descoberta de talentos e tendências”, ressalta.

A participação dos alunos da região, de acordo com Ana Alice, tem sido excelente. “Eles estão envolvidos e engajados, acompanhamos isto pelos relatos dos diretores e pelas imagens que nos enviam”, pontua. Com uma grande diversidade de metodologias adotadas pelos professores em cada instituição de ensino, as Aulas Programadas têm atingido quase 100% dos alunos da regional.

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