Escola da Ilha da Pintada transforma vidas por meio do esporte
Projeto Remar, da Escola Estadual de Ensino Fundamental Maria José Mabilde, é mantido em parceria com o Grêmio Náutico União
Publicação:

Com o intuito de combater a violência, incentivar a prática de esportes e oferecer alternativas para ampliar o potencial e a qualidade de vida dos estudantes, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Maria José Mabilde, localizada na Ilha da Pintada, desenvolve com os seus 150 alunos o “Projeto Remar”. A ação, que também ocorre dentro do Programa Cipave (Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar), é uma parceria com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), que oferece o espaço, e com o Grêmio Náutico União (GNU), que contribui com a estrutura de ensino e materiais. A instituição funciona como Escola em Tempo Integral, com outras práticas esportivas como judô, atletismo, futsal e vôlei.
De acordo com o diretor da escola, Edgar de Quadros, a meta do projeto é estimular atitudes de bom comportamento, valores morais e disciplina, por meio da prática desportiva. Ele explica que as aulas de remo também buscam dar oportunidade aos alunos com potencial e talento para se tornarem atletas. “A escola fica localizada numa região de grandes dificuldades sociais, e o nosso objetivo é mostrar que a realidade da vida pode ser muito melhor. É dar uma nova perspectiva de educação e inclusão social”, afirma.
Os melhores estudantes realizam testes no Grêmio Náutico União (GNU), para se tornarem verdadeiros remadores. “Temos dois alunos aqui que já estão em fase de pré-teste. Se forem aprovados, passarão a integrar a equipe do GNU e poderão ter um futuro brilhante pela frente”, reitera.
Dênis Araújo é o instrutor do Projeto Remar, mas não é só isso. Ele está se formando em Educação Física e tudo graças a outro projeto social do Grêmio Náutico União, que há 10 anos o incentivou a seguir adiante. Ele passou no teste do GNU e ganhou uma bolsa de estudos. Depois, morou em outras cidades do país e regressou ao local em que nasceu para contribuir com os mais jovens. “O remo me deu caráter, valores e uma formação. Algo praticamente impossível para quem vive aqui. Eu sonhava com uma vida melhor e hoje estou de volta, auxiliando os mais novos a trilharem o mesmo caminho. O remo é a minha vida”, destaca.
Segundo o gestor da área de Proteção Ambiental Delta do Jacuí, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), Júlio Rolhano, o objetivo não é somente oferecer o espaço, mas auxiliar na educação ambiental dos estudantes. “Procuramos dar o panorama geral de que o esporte é algo conectado à natureza. Que para que todas as atividades sejam possíveis, eles têm de cuidar do lugar. É passar a sensação de pertencimento. Eu pertenço, então eu cuido. Esta é a ideia”, salienta.
Projeto já tem estudantes em fase de teste para se profissionalizarem
Josué Toreli, de 15 anos, é aluno do 9° ano. Para ele, o remo significa tudo na vida. “Mudou o meu jeito de ser, o meu comportamento e a forma como eu convivo com os outros. Estou muito animado com o próximo teste no GNU. A partir desta fase, será possível integrar as categorias de base. A ansiedade é grande”, vibra.
“Já aprendi muita coisa importante. O remo me ajudou a ter mais postura e gosto pelo esporte. Realmente eu quero seguir esse caminho e me tornar um desportista de verdade.” Quem afirma é Theilor Gomes, de 15 anos, também aluno do 9° ano. Seu maior sonho: tornar-se atleta.