Reciclagem: prótese ortopédica representa Brasil nos EUA
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O projeto representante da Fundação Liberato, ?Revo Foot II ? Prótese ortopédica de baixo custo para amputados de membro inferior produzida com materiais recicláveis?, dos estudantes Eduardo Trierweiler Boff (20) e Lucas Strasburg Ferreira (20), com orientação de Ramon Fernando Hans, é um dos trabalhos classificados para participar da Intel International Science and Engineering Fair, que acontece em maio, em Pittsburg (Pensilvânia), nos EUA. O credenciamento foi conquistado na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que encerrou neste sábado (17), na Universidade de São Paulo (USP).
Em 2009, o Ministério da Saúde declarou que cerca de um milhão de brasileiros aguardavam o recebimento de próteses ortopédicas pelo Sistema Único de Saúde. A dificuldade em obter essas próteses se agrava devido ao alto custo e a materiais utilizados na fabricação das mesmas. Com isso, muitos pacientes usam próteses mais baratas, de baixa qualidade, tendo reduzida a sua qualidade de vida, já que não possuem acesso a dispositivos mais avançados.
Tendo em vista o impacto causado pela não utilização de próteses ortopédicas, a pesquisa propõe o desenvolvimento de uma prótese que apresente a mesma qualidade das que são importadas a um custo inferior. O Revo Foot foi projetado em tereftalato de etileno (PET), um material alternativo e de baixo custo. Depois de produzida, a prótese foi analisada conforme testes estabelecidos pela ISO 10328, que regulamenta os procedimentos de ensaio para certificação de próteses ortopédicas. Além disso, a prótese foi testada "in vivo".
Os resultados obtidos mostraram que o Revo Foot apresenta maior absorção de impactos e resistência do que as próteses feitas de fibra de carbono, mudando o módulo de elasticidade do material durante a marcha humana e fazendo uma conversão de tensões, além de se ter estimada a sua durabilidade pelo método de Goodman. O custo para a produção do Revo Foot é de, aproximadamente, R$ 140,00. Desta forma, esse produto inovador torna-se acessível a grande parte dos pacientes do SUS, podendo impactar de forma positiva a vida de amputados, melhorando sua autoestima, promovendo independência e reintegração social.