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Estudantes de Caxias do Sul produzem latinhas de bebidas em braile

Projeto de estudantes de Caxias do Sul busca parceiros para viabilizar produção de embalagens adaptadas

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Estudantes da Escola Melvin Jones, de Caxias do Sul, expondo as embalagens adaptadas em braile
Estudantes da Escola Melvin Jones, de Caxias do Sul, produzindo as embalagens adaptadas em braile - Foto: Seduc
Por Diego da Costa

Facilitar a vida das pessoas com deficiência visual inserindo o braile nas latinhas de refrigerantes, cervejas, energéticos e demais bebidas: esta foi a ideia dos estudantes do 3º ano da Escola Melvin Jones, de Caxias do Sul, que apostaram num sistema de leitura com embalagens adaptadas para inclusão social e acessibilidade. Pensando de forma estratégica, e indo além de fornecer o produto para mera curiosidade do público, os alunos, idealizadores do trabalho, veem a inserção do braile como uma possibilidade de prestação de serviço e empreendedorismo em parceria com empresas da região.

Através do alfabeto braile, de forma simples, a equipe de alunos faz pequenos furos nas latas com o nome da bebida para que a identificação seja possível, como explica a estudante Mônica Silva: “No supermercado ou num restaurante, o deficiente visual tem muitas dificuldades porque as embalagens são todas iguais. A inclusão social destas pessoas não é só uma questão de empatia, mas é uma forma de produzir um material viável que permita uma maior independência deles nos espaços públicos, afirma.

A aluna Yngrid Lorena, que também participou ativamente da criação dos materiais, relata que a pesquisa partiu de uma ideia que ocorre no Japão há muito tempo. De acordo com ela, lá, o braile é colocado na tampa dos refrigerantes. “Tenho certeza que nos tornamos pessoas melhores após este trabalho. É muito difícil se colocar no lugar do outro e perceber as dificuldades. Este processo de confecção é muito simples e já poderia estar no mercado”, destaca.

A professora de Biologia e Química, Karen Batista Ambrosi, que foi responsável pela orientação do trabalho, explica que na Feira de Ciências da escola, quando a iniciativa foi apresentada, os olhos das pessoas foram vendados para que elas tentassem descobrir qual era a bebida que estavam tomando. “Eu sempre falo para os meus alunos que não é a nota que importa, mas sim inovar no processo educacional e trazer novidades que façam a diferença na vida das pessoas. Esta é a grande mudança, afirma.

A diretora da Escola Melvin Jones, Leila Solange Stradiotto, reforça que a meta da instituição de ensino é conseguir um apoio financeiro maior e parcerias que estejam dispostas a colaborar com a confecção destas latas.  “Esta é uma iniciativa muito criativa e humana. As nossas jovens são um orgulho para escola, pra Caxias do Sul e para a Rede Pública Estadual”, conclui.

Inspiração para o trabalho

Dois amigos da escola e moradores do bairro Planalto, de Caxias do Sul, foram decisivos para que os estudantes entendessem o processo e a dificuldade das pessoas com deficiência visual. Jeisi Boeira e Giovani França são deficientes visuais e participaram ativamente de todas as etapas e auxiliaram os idealizadores do trabalho. A parte escrita do projeto “Acessibilidade: a importância do braile para uma inclusão social da pessoa com deficiência visual” foi traduzido para braile, visando que toda essa produção fosse 100% inclusiva.

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