Que coisas interessantes as crianças reprovadas saberiam e que não puderam mostrar? O que elas pensavam sobre a escrita?? Com essas perguntas, a professora Ivany Souza Ávila propôs reflexão aos cerca de 450 alfabetizadores que participam nesta manhã do Seminário de Alfabetização realizado pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) em Bento Gonçalves. Ivany traz ao debate a teoria da Psicogênese da Língua Escrita para ilustrar seu apoio à progressão continuada e ao programa de alfabetização proposto pela Seduc para a rede estadual de ensino. Para ela, que tem uma luta antiga contra a reprovação, compreender em que momento as crianças estão é fundamental para o êxito da alfabetização. ?Crianças pequenas não monitoram suas aprendizagens, elas não podem ser responsabilizadas por suas ?não aprendizagens??, enfatizou. Ivany Ávila trouxe ao público sua história como alfabetizadora como ilustração. Professora alfabetizadora da primeira série, Ivany enfrentou na primeira turma com quem trabalhou a frustração de ter 50% da classe não alfabetizada ao final do ano. As respostas para os questionamentos sobre o processo de aprendizagem vieram anos depois, quando a professora entrou em contato com a teoria de Emília Ferrero, no livro A Psicogênese da Língua Escrita, e Ana Teberosky. ?As crianças são facilmente alfabetizáveis, basta que seus momentos de aprendizagem sejam levados em consideração pelos educadores?, provoca para propor mais reflexão. ?O que significa dizer crianças com dificuldade de aprendizagem? Quais crianças? Quais dificuldades? Quais aprendizagens??, ela pergunta, para depois afirmar que não existe fracasso escolar; existem diferentes momentos de aprendizagem. ?Por isso, os professores precisam estar atentos ao tempo de cada aluno?. Ivany Souza Ávila conta com a atenção da plateia, composta em sua maioria por professores alfabetizadores. À tarde, a professora trabalha com os professores. Ela mediará teoria/prática em uma das mesas de relato de boas práticas educativas.