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Professoras de escola do campo apresentarão projeto em Pelotas

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Para valorizar as vivências do interior, três professoras da Escola Estadual de Ensino Fundamental Conquista do Jaguarão, situada no assentamento de mesmo nome, em Aceguá, desenvolveram o projeto “Descobrindo a tabuada: contando rodas, animais, contextualizando a multiplicação e a divisão no meio rural”. Devido ao sucesso do trabalho, Beatriz Priebe Silveira, Fabiana Amaral e Fátima Fabiana Hellwig apresentarão o projeto no 10º Simpósio Sul-Rio-grandense de Professores de Ciências e Matemática, que ocorrerá em Pelotas de 24 a 26 de setembro. O evento será promovido pelo Instituto Federal Sul-Rio-grandense de Pelotas (IFSul), Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e prefeitura de Pelotas, e realizado no campus do IFSul. Com idades entre 6 e 8 anos, as crianças dos 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental aprenderam, através do projeto, a adicionar, subtrair, multiplicar e dividir. “Para a realização desse trabalho foi montado na sala de aula um espaço com uma fazendinha, com diversos animais, carroças, tratores, bicicletas e folhas de trevo, onde as crianças foram fazendo inferências ao conteúdo desse local. Os alunos iam contando o material e elaborando hipóteses de dobro, triplo, quádruplo e metade. Conseguimos elaborar contagens envolvendo toda a tabuada e trabalhando a operação inversa, construindo a ideia de divisão e multiplicação”, detalham as educadoras. De acordo com elas, o resultado foi bem satisfatório. “Percebemos que, ao contarmos vacas, cavalos e rodas de tratores, os alunos conseguiam obter os resultados esperados, ao contrário do que ocorria quando os mesmos estudavam as quatro operações em livros didáticos e não entendiam, afirmam. A cada exercício, ressaltam as docentes, a turma ficava mais confiante e em nenhum momento das atividades foi mencionada a palavra erro. “Apenas registrávamos que estávamos com hipóteses diferentes. Era permitida liberdade para a construção de registros sobre as histórias matemáticas. Alguns utilizavam desenhos, outros realizavam os cálculos mentalmente”, destacam. Segundo as professoras, os estudantes estão construindo a ideia de multiplicação e divisão sem traumas e cobranças. A partir da utilização de materiais presentes no seu cotidiano compreenderam o processo com deleite, afirmam. E concluem dizendo “aprendemos com essa experiência que precisamos nos inserir no universo dos nossos alunos para estimular suas construções”. Para a assessora da Educação do Campo da 13ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Eliana Santanna, ações como essa são fundamentais na rede escolar. “Alunos com 6 anos já têm noções de multiplicação, através desse projeto, e os professores das escolas do campo estão criando trabalhos e sendo selecionados para apresentá-los, isso é maravilhoso”, avalia. 13ª CRE reúne 19 escolas do campo A Conquista do Jaguarão é uma das 19 escolas do campo da área de abrangência da 13ª CRE. São 17 colégios estaduais de Ensino Fundamental e dois de Ensino Médio. Essas instituições já estão implantando os ciclos de aprendizagem, que consideram as diferentes etapas de desenvolvimento do ser humano e constituem uma das formas de organização escolar do Ensino Fundamental, regulamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9394/96), na qual a organização de grupos de estudantes ocorre com referência na idade. São três etapas. A primeira abrange alunos de 6 a 8 anos. A segunda é voltada para crianças de 9 a 11 anos, e a terceira atende estudantes de 12 a 14 anos. A Escola Conquista do Jaguarão funciona há 16 anos. Estão matriculados na instituição 65 alunos, do 1º ao 8º ano/8ª série, filhos de famílias assentadas. O colégio oferece aos estudantes as oficinas de atletismo e canteiro sustentável, do Programa Mais Educação do governo federal, e as pedagógicas nas áreas de Artes, Matemática e Língua Portuguesa.
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