Dia Mundial da Conscientização do Autismo: Seduc destaca trabalho dos educadores das escolas estaduais
Data instituída pela ONU é celebrada no dia 2 de abril
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O dia 2 de abril é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo e foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o intuito de buscar a conscientização acerca deste tema tão presente em inúmeras famílias no Brasil e no mundo. Dentro do mês de abril, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) destaca o trabalho dos docentes no Atendimento Educacional Especializado e as atividades das escolas estaduais de todas as regiões do Estado para abordar o Transtorno do Espectro Autista (TEA) com a comunidade escolar.
Na região da 14ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), em Santo Ângelo, a professora Vanessa Danieli Moreira, da Escola Edi Tereza Flores Lippert, é pedagoga concursada há oito anos. Ela definiu a sua atuação na Sala de Recursos com os alunos com TEA:
“É muito gratificante! Quando me lembro do começo, olho para o presente e vejo o resultado, e os avanços, me sinto realizada como profissional, sinto que meu trabalho é importante para a comunidade e para os alunos que recebem o atendimento especializado”, destaca.
Ainda, a docente contou que há três anos o seu caminho se cruzou com o de Giovana Schulze, 9 anos, que tem Transtorno do Espectro Autista, sua primeira aluna. De acordo com ela, foram diversas situações vivenciadas e observadas com respeito à singularidade da estudante que a fizeram olhar e se interessar pela educação especial, razão pela qual buscou a qualificação em Atendimento Educacional Especializado.
“Desde o primeiro ano que assumi, foi um grande desafio e um grande presente. Está sendo um aprendizado constante de lá para cá. É preciso um olhar único para cada estudante para incluí-los e desenvolver suas habilidades”, afirma.
Um olhar de empatia
Sabendo das dificuldades das crianças diagnosticadas com autismo, Vanessa lembra que buscou conhecer a família para saber tudo sobre a Giovana, seus interesses, hiperfocos, necessidades e dificuldades. Ela destaca que a conversa com profissionais que trabalhavam com a aluna também foram de extrema importância.
Segundo a professora, os primeiros encontros foram um tempo de estabelecer laços com a criança, respeitar o seu momento, gerar segurança, confiança, criar vínculo, o que foi essencial para que o trabalho desse certo. "Por exemplo, se a aluna gostava do desenho do Show da Luna, trazia vários materiais sobre, livros de história, músicas, desenhos para pintar, entre outros”.
Também, alguns cuidados e adaptações em sala de aula foram necessários. “Combinamos que ela chegaria 10 minutos depois do início da aula, para evitar a chegada barulhenta com todos os alunos”, relembra a educadora.
Pensando em criar um ambiente em que se sentisse acolhida, foi fundamental o uso de suportes visuais. “À medida que a aluna realizava as atividades, íamos marcando a transição de uma tarefa para outra, dando, assim, previsibilidade de tudo que iria acontecer”, afirmou Vanessa.
Um caderno de comunicação alternativa para a aluna foi confeccionado com imagens para que quando ela não conseguisse expressar o que desejava, verbalmente, pudesse mostrar apontando.
Velhas conquistas, novos desafios
Para a mãe da aluna Giovana, Rosane Grade Schulze, as aulas do Atendimento Especializado foram fundamentais para a adaptação da filha, que evoluiu na coordenação motora e na atenção. “O trabalho da professora Vanessa é excelente, feito com muita dedicação, somos gratos pelo comprometimento dela com nossa filha. Para nós, como pais, é gratificante ver como ela está bem, adaptada e aprendendo a cada dia”, ressalta Rosane.