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Dayrell: o jovem precisa ser um interlocutor válido

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Ensino Médio
Na manhã desta quarta-feira (29) o professor e pesquisador Juarez Dayrell, do Observatório da Juventude da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) conversou com assessores da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) a respeito da relação jovem e Ensino Médio. Dayrell está em Porto Alegre para o lançamento do livro ?Juventude e Ensino Médio ? sujeitos e currículos em diálogo?, do qual é organizador, junto dos professores Paulo Carrano e Carla Linhares Maia. O lançamento da obra acontecerá a partir das 14h, na sala 101 da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O foco da conversa com assessores da Seduc foi o desafio que está colocado para o Brasil a respeito do Ensino Médio, a partir de estudos e pesquisas acadêmicas que vem sendo feitas no país. Dayrell também quis conhecer na prática a implantação da reestruturação curricular do Ensino Médio que está em curso na rede estadual de educação. De acordo com o professor mineiro, a produção acadêmica acerca da juventude, do Ensino Médio e da relação do jovem com a escola é recente e escassa. ?Os estudos sobre a juventude no país são recentes, especialmente a partir do final dos anos 90. Do total da produção acadêmica, 5% correspondem à juventude, a temática juventude/escola está em terceiro lugar e os estudos específicos em relação ao Ensino Médio são muito escassos?, disse o pesquisador. O professor da UFMG destacou que entre os anos de 1990 e 2005 o número de matrículas no Ensino Médio triplicou e, de 2006 em diante, começa uma trajetória decrescente, em especial na faixa etária a partir dos 18 anos. ?Grande parte da evasão se deve ao desinteresse do jovem em relação à escola?, salienta, destacando que o desafio que está colocado para o país é responder à pergunta: qual o sentido do Ensino Médio? Qual sua estrutura, a que se propõe, quais seus objetivos? Dayrell diz que o ?jovem não é um interlocutor válido?, ou seja, há uma dificuldade da escola em lidar com o jovem. ?A escola vê o jovem restritamente, considerando apenas o aspecto cognitivo. É preciso levar em conta o conjunto do sujeito, é preciso superar as representações negativas que cercam os jovens que chegam ao Ensino Médio, é preciso conhecer esse jovem?, enfatiza. Para isso, destaca oprofessor, é necessário levar em consideração as noções de juventudes: ?o jovem é diferente da jovem; o jovem branco, diferente do negro; o do meio rural, diferente do jovem que moram nas cidades, enfim, é preciso considerar as variáveis que envolvem o processo de socialização dos jovens para repensar o Ensino Médio, sua estrutura e currículo?, finaliza. O professor Dayrell é graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais e tem mestrado em Educação pela UFMG, doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Atualmente é professor associado da Universidade Federal de Minas Gerais e pesquisador do CNPq. É fundador e integrante do Observatório da Juventude da UFMG (www.observatoriodajuventude.ufmg.br). Está integrado à Pós Graduação da Faculdade de Educação na linha de pesquisa: Educação, cultura, movimentos sociais e ações coletivas, desenvolvendo pesquisas em torno da temática Juventude, Educação e Cultura.
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