Plataformas digitais de leitura são sucesso em escolas da 15ª CRE
Estudantes ressaltam a dinâmica lúdica da ferramenta que fomenta o incentivo à leitura
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As plataformas de leitura Elefante Letrado e Árvore, oferecidas aos alunos da rede estadual, têm sido fortes aliadas dos educadores na hora de alfabetizar e incentivar a prática da leitura entre os alunos.
A ferramenta Elefante Letrado, por exemplo, faz o maior sucesso com os mais jovens, já que conta com diversos títulos da literatura: clássicos e infanto-juvenis. Além disso, os alunos podem jogar e fazer atividades virtuais no espaço. Na Escola Estadual de Ensino Fundamental Santo Agostinho, de Erechim (15ª CRE), por exemplo, já existe até torneio para premiar os alunos que mais fazem uso do Elefante e, por consequência, mais leem.
Segundo a supervisora da escola, Cristiane Gazzoni, 220 estudantes, do primeiro ao quinto ano, acessam a ferramenta. “Nas aulas remotas e híbridas, as professoras estimulam o uso do Elefante Letrado”. Conforme as famílias e os estudantes foram se familiarizando com a dinâmica, a escola teve a ideia de criar uma competição para incentivar que os alunos interajam mais com a plataforma, lendo mais livros e, assim, criando o hábito da leitura. “Será um torneio mensal e os três melhores ganharão um prêmio e um certificado de participação”. Ela conta que muitas famílias estão engajadas no projeto. “É um número expressivo!”.
“O que eu mais gosto são os livros de curiosidade. Eu descobri que os camarões têm dentes no estômago. Estranho, né?”, questiona de maneira divertida, o estudante Enzo Fagundes de Lima. Com acesso à plataforma Elefante Letrado, ele descobriu essa e outras curiosidades, como a que os peixes podem tossir. A mãe dele, Paula Fagundes, conta que o filho sempre teve o hábito de ler, mas que a plataforma reforçou esse gosto. “Eu acho bacana que é tudo bem interativo. Tem até joguinhos, isso ajuda na fixação da história”. Ela acrescenta ainda que é importante ter uma biblioteca digital, principalmente em uma época de distanciamento. “Gostamos muito dessa ferramenta, porque temos acesso a livros bem pertinho da gente”.
A professora do primeiro ano do ensino fundamental da escola, Claudia Pagliosa, acredita que, além de auxiliar na aprendizagem, o Elefante Letrado aproximou as famílias. “Costumo fazer pequenos projetos, utilizando a leitura para introdução ou conclusão deles. Como os estudantes não estão plenamente alfabetizados ainda no primeiro ano, eles precisam de ajuda dos pais ou de adultos responsáveis. Então, é um momento de união que desenvolve muito a oralidade e a criatividade”, reflete. A diretora, Lisiane Dalla Costa, reafirma o sucesso da plataforma na escola. “Está desenvolvendo o hábito da leitura de forma inovadora e os nossos professores conseguem acompanhar o desempenho de cada turma. Ela também analisa que poder acessar a ferramenta no celular, tablet ou computador é uma grande vantagem.
A Escola Estadual de Ensino Médio Professora Fernandina Rigoti, localizada ao norte do estado, no município de Itatiba do Sul (15ª CRE), também sempre acreditou no processo de construção e desenvolvimento do hábito da leitura. As atividades eram realizadas com livros físicos nos espaços da escola. Mas foi este ano, com o retorno dos estudantes em modelo híbrido, seguindo os protocolos estabelecidos pelos serviços de saúde, e com a disponibilização das plataformas digitais, que a escola desenvolveu um novo projeto de leitura, o “Viajando pelo mundo da imaginação”, que procura estabelecer uma sincronia entre a leitura convencional e as plataformas de leitura.
Para isso, em um primeiro momento, a equipe de direção e coordenação pedagógica organizaram momentos de sensibilização com os educadores, os estudantes e os pais ou responsáveis. A escola optou por utilizar a plataforma em horários definidos semanalmente, quando os estudantes são levados à sala digital, acompanhados dos professores e de um membro da coordenação pedagógica para acesso ao Elefante Letrado. Segundo o diretor da escola, Dejan Schafer, o objetivo é incluir os estudantes que, em função de sua vulnerabilidade social, não possuem internet ou aparelhos compatíveis com a plataforma.
Dentre as atividades propostas pelo projeto, estão a vertente Aconchego, quando é instigado a leitura em família, a vertente Chá Literário, em que os alunos podem escrever suas próprias histórias, e a vertente Contador de História, que permite que os pequenos leitores leiam para seus pais e irmãos. Conforme o diretor, a ferramenta “está possibilitando aos estudantes o contato com a tecnologia, a leitura prazerosa, a interação entre o conteúdo estudado e a leitura na plataforma, a assimilação da leitura através dos jogos interativos, a interpretação, a integração da família no projeto de leitura da escola”.
A pequena Cecília Batista, do terceiro ano do ensino fundamental, está gostando muito de fazer as atividades do Elefante Letrado. “Depois que a gente lê, podemos jogar!”, comenta. O estudante do quarto ano, Dalessandro Figueiró, fica feliz em poder realizar as atividades tanto em casa quanto na escola e ressalta a diversidade de títulos da plataforma. “Tem vários livros para ler”.
O diretor Dejan destaca que a escola tem se preocupado com a inclusão de todos na plataforma. “Queremos que seja um fator positivo na engrenagem da aprendizagem, queremos construir caminhos para incluir neste processo estudantes que não possuem em suas casas as ferramentas necessárias para o uso da plataforma. Negar estes entraves é negar a aprendizagem aos estudantes das classes populares que estão na escola pública”. Com isso, Dejan considera que a plataforma Elefante Letrado “vem a somar na proposta de desenvolver o hábito de leitura na escola''. O que se espera é que os estudantes, quando finalizarem o seu processo educativo, sejam cidadãos conscientes, ricos em saberes e com comprometimento social”, conclui.