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CREs apostam em busca ativa para garantir Aulas Remotas a todos os alunos

Instituições da 2ª, da 23ª e da 36ª CREs já alcançaram quase a totalidade da comunidade escolar acessando o Google Sala de Aula

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Aluno da Escola Adolfo Kepler, de Panambi,na região da 36ª CRE, realizando as atividades das Aulas Remotas
Aluno da Escola Adolfo Kepler, de Panambi,na região da 36ª CRE, realizando as atividades das Aulas Remotas - Foto: Seduc
Por Isabella Sander

As 30 Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) do Rio Grande do Sul têm se empenhado, nas últimas semanas, na universalização do acesso de alunos e professores ao Google Sala de Aula (Classroom). A plataforma foi escolhida como a oficial para ser utilizada nas Aulas Remotas da Rede Estadual de Ensino.

Escolas das regiões de Ijuí, Vacaria e São Leopoldo, por exemplo, já alcançaram quase a totalidade da comunidade escolar a partir de busca ativa.

Ijuí

Na 36ª CRE, de Ijuí, 90% dos alunos já estão logados no Google Sala de Aula. Nesta semana, foram iniciadas formalmente as atividades na plataforma. Os professores estão enviando mensagens de boas-vindas, vídeos e lições às turmas, a fim de verificar o nível de intimidade de estudantes e docentes com a tecnologia. A prática será intercalada com materiais físicos para famílias que não tiverem acesso à internet ou a algum dispositivo.

“Nosso lema é ‘nenhum aluno para trás’. O primeiro passo é o aluno entender como usar a plataforma, para depois fluirmos as aulas no Google Sala de Aula”, destaca o coordenador da 36ª CRE, Cláudio da Cruz de Souza. Os professores passam, na região, desde 2015, por formações em ferramentas digitais. Com a pandemia, foram disponibilizados cursos de formação e tutoriais adicionais que subsidiam o letramento digital.

Tania de Fatima Lavarda, diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Barão do Rio Branco, de Catuípe, pertencente à região da 36ª CRE, já contava, antes da pandemia, com alguns professores trabalhando com salas de aula virtuais no Google Sala de Aula.  Atualmente, os professores já fazem uso, por exemplo, de ferramentas como o Google Meet, que permite conversas por vídeo entre docentes e alunos. Para os educadores que ainda não tinham familiaridade com a plataforma, a instituição de ensino criou um sistema de ajuda entre colegas, no qual quem sabe mais sobre tecnologias troca informações com quem tem mais dificuldade.

Levantamento feito pela direção apontou quatro famílias que não têm internet, para as quais será disponibilizado horário em que poderão usar o computador e a rede da escola para fazer pesquisas e realizar as atividades.

“Já estou com 100% dos alunos logados. Os pais que tiveram dificuldade para fazer o primeiro acesso vieram até a escola e os ensinamos. É desafiador para todo mundo, mas, com paciência, tolerância e muita sabedoria, estamos conseguindo contornar a situação”, pontua Tania.

A Escola Adolfo Kepler, de Panambi, abrangida pela 36ª CRE, tem buscado novas alternativas de trabalho em sua instituição. “Precisamos do suporte da tecnologia para nossas aulas e o Google Sala de Aula vem como uma ferramenta aliada, que permite a aproximação virtual do professor e do aluno, bem como das famílias e da escola como um todo”, avalia a diretora Clair Zorzo.

Para ela, como os alunos anseiam por novidades, os professores precisam se reinventar, conhecer e usar as ferramentas digitais para proporcionar aulas dinâmicas e interativas. A instituição de ensino já conseguiu fazer o primeiro acesso de todos os alunos matriculados e, desde então, trabalha no aprimoramento pedagógico.

“Estamos apostando nas metodologias ativas, ressignificando nossas práticas e reinventando o fazer pedagógico. Buscamos a formação integral dos alunos, desenvolvendo um currículo dinâmico, que considera as especificidades de cada sujeito”, acrescenta Clair.

Vacaria

A 23ª CRE, regional de Vacaria, alcançou 100% da comunidade escolar já logada no Google Sala de Aula. Desde que foi informada sobre o uso da plataforma, a coordenadoria iniciou uma campanha geral em todas as escolas e, no final de junho, passou a focar em cada uma das escolas atendidas, a fim de descobrir os gargalos de acesso.

Agora, o momento é de focar na ambientação às ferramentas disponíveis. Segundo Cristina Fabris, coordenadora da 23ª CRE, os professores da região já estão participando dos webinários promovidos pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc) e contarão, também, com lives feitas pela própria coordenadoria. “Queremos promover uma troca de experiências sobre a plataforma, pegando, assim, junto com os professores”, salienta.

A professora Taciana Velho, que dá aula na Escola Conde de Afonso Celso e no Colégio Frei Getúlio, ambos de Bom Jesus, cidade atendida pela 23ª CRE, usa o Google Sala de Aula desde o início da quarentena, principalmente com suas turmas de Ensino Médio, da Frei Getúlio. “A aceitação é bem grande, eles fazem todas as atividades. É claro que, no início, eles tiveram alguma dificuldade, mas eles são muito aptos a fazerem essas atividades, como gravar vídeos ou responder quizes”, relata.

Com os estudantes de Ensino Fundamental, por sua vez, Taciana interage com os pais dos alunos por grupos de WhatsApp, onde eles trazem suas dificuldades e questionamentos. Para a docente, o uso do Google Sala de Aula é desafiador, mas é, também, uma experiência enriquecedora para todos. “Temos que nos adaptar, para que os alunos não se desmotivem, mas é importante que tenhamos essa experiência”, observa.

Maria Joaquina Moreira Paz, professora da Escola José Fernandes de Oliveira, de Vacaria, acredita que, ao usar a tecnologia, se aproxima do universo do seu estudante, que navega entre as telas com facilidade. “No ano passado, comecei a introduzir o Classroom (Sala de Aula) em alguns trabalhos, além de blogs, em especial o Blogquest. Lembro que os alunos ficavam ansiosos para os dias de nossas aulas”, recorda.

Na disciplina de Maria Joaquina, História, a docente conta que, pensando no imediatismo característico da geração de seus alunos, criou um blog coletivo da turma, no qual todas as postagens são feitas pelos próprios estudantes, tornando-os protagonistas do seu conhecimento. O mesmo princípio foi seguido quando ela propôs um Blogquest, ou seja, um questionário que tinha uma sequência que ia da Pré-História até a Revolução Industrial, em que o aluno precisava seguir os caminhos para construir o seu conhecimento. “Ressalto a importância do planejamento do uso das tecnologias, que permite aos estudantes a participação efetiva do seu processo de ensino, valorizando seu conhecimento prévio, o que é diferente de uma aula expositiva”, alerta.

São Leopoldo

A 2ª CRE, que atende a região de São Leopoldo, optou por focar no trabalho junto aos professores e às escolas. Segundo a coordenadora da regional, Ileane Bravo, a opção se deu pela compreensão de que os docentes precisam estar prontos para saber planejar as aulas virtuais, apropriando-se da linguagem digital. “Até o momento, tínhamos a escola normal e, com a pandemia, o cenário mudou totalmente e a escola agora precisa chegar até os seus alunos”, analisa.

A coordenadoria tem realizado webconferências com diretores e, também, com supervisores pedagógicos. Mais recentemente, passou a fazer lives, nas quais eram apresentados desafios de gestão escolar aplicados ao Google Sala de Aula e dicas para a efetivação das Aulas Remotas. “Ficou claro que precisamos ter grupos de trabalho nas escolas, com professores de referência que passem sua expertise para outros que estão com dificuldades”, conta Ileane.

Fabiana Oliveira, diretora da Escola Técnica 31 de Janeiro, de Campo Bom, cidade abrangida pela 2ª CRE, relata que a ambientação ao Google Sala de Aula tem ocorrido de forma tranquila na instituição, uma vez que este já era usado pelos professores, assim como o Google Meet. “A maioria dos alunos já estavam acostumados com a tecnologia utilizada”, explica.

Um grupo de docentes tem auxiliado os estudantes no primeiro acesso à plataforma. “A plataforma é de fácil utilização e veio ao encontro dos objetivos de uma educação pública de qualidade”, pontua Fabiana. Foram feitos tutoriais explicativos e vídeos pela instituição, sobre como utilizar as ferramentas. As orientações foram postadas em grupos de WhatsApp e redes sociais da instituição. As turmas já estão recebendo atividades e materiais que incentivam a interação dentro do Google Sala de Aula, criados a partir da matriz de referência.

Conforme o José Silon Ferreira, diretor do Instituto Estadual Seno Frederico Ludwig, de Novo Hamburgo, a escola utiliza o Sala de Aula desde março, registrando devolutiva dos trabalhos total de 78% e parcial de 22% dos alunos. Todos os professores já estão ambientados com a plataforma e, agora, estão migrando para o e-mail @educar.rs.gov.br, criado pela Seduc.

“Estamos usando as redes sociais e também disponibilizamos um número de WhatsApp para a comunidade ter acesso, para ser orientada pelos multiplicadores e pelos professores conselheiros sobre como fazer o primeiro acesso”, pontua Ferreira.

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