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Alunas do ensino médio estadual ganham bolsa de intercâmbio e de graduação

Estudantes gaúchas de Água Santa venceram o “Desafio Empower 2023”, promovido pela ONG Embaixadores da Educação

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- - Foto: Seduc
Por Caio Lorena

É do noroeste gaúcho, mais especificamente do município de Água Santa, que duas estudantes da rede pública de ensino surgiram com projetos transformadores. Priscila Favretto e Evelyn Alves não só participaram do “Desafio Empower 2023”, promovido pela ONG Embaixadores da Educação, como chegaram na última fase e tiveram os projetos premiados com bolsa de graduação e até mesmo um intercâmbio para os Estados Unidos.

Cerca de seis mil estudantes de todo o país participaram da edição 2023 do desafio, lançado para incentivar a criação de projetos que pudessem ajudar a transformar a escola e a comunidade. Apenas 60 foram classificados para a etapa em que precisavam defender seus trabalhos para uma banca de diretores de grandes empresas. O objetivo não era apenas possuir uma ideia, mas, sobretudo, colocá-la em prática.

Priscila, jovem que cursa o 2º ano da Escola Estadual do Ensino Médio Claudio Antônio Benvengnu, apostou as fichas no tema “Água potável e saneamento”. Ela contou com a ajuda dos funcionários para substituir as torneiras e vasos sanitários antigos da escola por modelos mais econômicos.

“A torneira da cozinha foi trocada por uma com arejador, que faz uma economia de 60% da água. As torneiras dos banheiros foram substituídas por outras que têm mecanismos de fechamento automático, economizando até 75% de água. E as privadas foram substituídas por outras com mecanismos de acionamento duplo com economia de até 80% da água”, detalhou Priscila.

O projeto desenvolvido por Priscila, inserido na temática da sustentabilidade, vai ao encontro do que se vê em Água Santa, cidade com área de mata nativa preservada e cachoeiras conhecidas na região. A estudante conta que sempre esteve atenta aos problemas sociais do mundo, mas o bom manejo dos recursos naturais ganhou um lugar de destaque no coração.

“Foi só no ano passado que comecei a ler e ver sobre outras realidades e desde então minha preocupação com os problemas relacionados à sustentabilidade aumentaram muito. A oportunidade de fazer um projeto que pudesse prevenir que muitas pessoas sofram com a falta de água surgiu em um momento propício onde minha preocupação era, e continua sendo, extrema”, apontou.

A ideia, a execução e a apresentação do projeto renderam um intercâmbio sem custos para os Estados Unidos. Além disso, Priscila vai palestrar na próxima edição do “Crie o Impossível”, evento promovido pela “Embaixadores da Educação”.

“Evelympíadas” mobiliza comunidade escolar e gera bem-estar

A estudante do 3º ano do Ensino Médio, Evelyn Alves, decidiu investir na área esportiva. Mas não se contentaria em fazer mais do mesmo. Com o projeto “Incentivo ao esporte”, ela promoveu dois dias de competições esportivas dentro da escola, trazendo modalidades novas para a comunidade estudantil, como basquete, handebol, tênis de mesa, xadrez e modalidades de atletismo. Deu certo. Entre 60 e 70 alunos abraçaram a ideia e participaram, inclusive, em mais de uma modalidade.

Dos três dias disponíveis para apresentações à banca avaliadora, coube a Evelyn a missão de fazer a exposição do projeto no último dia e horário disponíveis. Os pais já estavam dormindo e souberam apenas no dia seguinte, assim como os amigos mais próximos. A comoção foi geral.

“Uma grande e emocionante surpresa [a notícia da conquista]! Sinceramente, não esperava nem chegar na banca final. Quando tivemos a pré-banca eu estava muito nervosa, então não achei que passaria para a última fase. Graças a Deus, tudo deu certo e conquistei essa bolsa que com certeza fará muita diferença na minha vida”, contou.

A recompensa do esforço de Evelyn foi uma bolsa de graduação concedida por uma fundação parceira do ”Embaixadores da Educação”.Em julho, ela recebeu uma atualização animadora: vai poder cursar pedagogia, a sua primeira opção.

“Sou muito grata por antes mesmo de terminar o terceiro ano, já saber que terei a oportunidade de cursar uma faculdade, oportunidade que meus pais, por exemplo, não tiveram”, relatou Evelyn.

“Sonhos que podemos ter”

O intercâmbio nos Estados Unidos é, para Priscila, a concretização da vontade que sempre teve de rodar o mundo. Agarrou a chance e só pensa agora em promover impactos.

“Desde o início pensei em seguir com esse projeto independente de conquistar algum prêmio ou não. Pretendo expandir ele para a nova estrutura da minha escola que está sendo construída e também para outras escolas da região. Quem sabe um dia eu consiga expandir pelo Brasil todo ou até mesmo pelo mundo, que é a grande meta”, explicou.

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