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Dia do Professor: docente da rede estadual se dedica à educação de alunos com deficiência

Cego desde os 14 anos, Adilso Corlassoli é professor da sala de recursos do Colégio Protásio Alves, de Porto Alegre

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Adilso Corlassoli é professor da sala de recursos do Colégio Protásio Alves, de Porto Alegre
Adilso Corlassoli é professor da sala de recursos do Colégio Protásio Alves, de Porto Alegre - Foto: Divulgação
Por Mariana Gomes Puchalski sob supervisão de Bruna de Bem

O professor Adilso Corlassoli, 51 anos, estudava na sétima série do Ensino Fundamental quando perdeu a visão após problemas decorrentes de uma cirurgia de catarata, ficando quatro anos sem estudar. Quando mudou-se da cidade de Esmeralda para Porto Alegre, ele frequentou o Instituto Santa Luzia, onde aprendeu a escrever e ler em braile. Após isso, foi cursar o Ensino Médio no Colégio Protásio Alves, local onde deu início à sua história como docente na rede estadual.

 Adilso se formou em licenciatura em Matemática na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e desde 1998 atua no Colégio Protásio Alves. Hoje em dia ele é responsável pela sala de recursos, que é um espaço adaptado para atender a pessoas com diversos tipos de deficiência, potencializando o ensino de estudantes com deficiência ou altas habilidades.

 O professor recorda de seu início no magistério como algo bastante desafiador. Tanto para ele, quanto para a escola e alunos. “Porque não é algo tão comum. De uma pessoa cega ser professor e ainda mais de Matemática! Eu tive que adaptar muitas coisas, trabalhar muito em parceria com a supervisão da escola. Eu tinha insegurança, de que os alunos fossem prejudicados por ter um professor com deficiência, mas com o tempo isso foi mudando”, contou.

Segundo Adilso, seus alunos se mostram receptivos com a sua deficiência. “Eu sempre tenho uma conversa com eles no primeiro dia de aula. Nesse dia é aquele silêncio total, de curiosidade, de ansiedade dos alunos”, afirmou. Sobre atuar em uma sala de recursos, acredita na adaptação para poder conhecer todas as áreas de deficiência. “Procuro ler sobre o assunto, fazer cursos e me aperfeiçoar para poder dar conta dessa demanda. Às vezes, em função da minha deficiência visual, algumas áreas de deficiência acabam sendo um pouco mais difíceis que outras”, comentou ele, que ao recordar sobre o passado, demonstra orgulho pela sua trajetória, que passa também pela atuação em cargos de gestão e coordenação em diferentes áreas.

Adilso deixa uma mensagem aos seus colegas pelo Dia do Professor: “o papel do professor é fundamental. Precisamos continuar lutando e valorizando ainda mais nosso trabalho”, finalizou.

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