Ciclo de encontros da 2ª CRE traz reflexões sobre habilidades socioemocionais
Reuniões virtuais já abrangeram diretores, supervisores, professores e alunos
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Um ciclo de palestras organizadas pela 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) tem abordado, nas últimas semanas, habilidades socioemocionais importantes de serem desenvolvidas em um contexto de quarentena e pandemia. Nesta semana, cerca de 300 diretores e supervisores de escolas da região participaram de duas webconferências promovidas pelo Google Meet.
Os encontros desta semana, com o tema “Habilidades socioemocionais e trabalho: a importância do autoconhecimento”, contaram com a presença da coordenadora da 2a CRE, Ileane Bravo, do coordenador pedagógico Clark Sarmento, da assessora da Comissão Interna de Prevenção à Violência Escolar (Cipave) Marileia Sell, da psicóloga e assessora de Educação Especial Patrícia Mendel e da psicóloga e professora da Faculdade IENH Simone Steyer.
A ideia de oferecer à comunidade escolar da região esse ciclo de reuniões surgiu da compreensão da coordenadoria de que sentimentos como ansiedade, angústia, estresse e medo são recorrentes em um momento como o de uma pandemia. No entendimento da regional, instrumentalizar emocionalmente as pessoas faz com que elas lidem melhor com este cenário.
Segundo Marileia, que mediou a conversa entre as duas psicólogas convidadas, o retorno dos diretores foi muito positivo. “Foi maravilhoso, um espaço terapêutico. Eles perceberam que não são os únicos a enfrentarem aqueles sentimentos e sentiram suas emoções validadas”, destaca a assessora da Cipave. Ela destaca, ainda, que trabalhar as habilidades socioemocionais é tão importante quanto as habilidades cognitivas.
As psicólogas convidadas, Patrícia e Simone, deram palestras e ofereceran um espaço de escuta, no qual diretores e supervisores trouxeram suas angústias neste momento de mudanças. Patrícia é professora, psicóloga, mestranda em Psicologia, assessora pedagógica de Educação Especial da 2ª CRE e coordenadora do Núcleo de Apoio à Inclusão e Acessibilidade da Universidade Feevale. Ela abordou o tema “Alterações no ambiente de trabalho e repercussões socioemocionais”. Simone, por sua vez, é psicóloga clínica, doutora em Psicologia do Desenvolvimento e professora do Curso de Psicologia da Faculdade IENH. Ela falou sobre “Inteligência emocional no ambiente de trabalho”.
A 2ª CRE, por meio de Patrícia, criou o grupo “Vamos dividir para somar?”, de acolhimento aos professores da regional. O objetivo é ofertar um espaço de escuta e acolhimento aos docentes, possibilitando um momento de conversa para dividir sentimentos, angústias e experiências entre pares. As próximas reuniões estão marcadas para terça-feira, 18 de agosto, e quarta, 19 de agosto, das 10h às 11h30min, pelo Google Meet. As inscrições podem ser feitas junto à coordenadoria.
A psicóloga Simone pontuou uma série de dicas para melhorar as habilidades socioemocionais durante a quarentena:
- Fazer atividades físicas, nem que sejam 15 minutos por dia, para ativar a serotonina, que traz a sensação de bem-estar.
- Procurar ter um sono de qualidade.
- Não consumir notícias ruins à noite, se informando principalmente de manhã, em fontes confiáveis, para não ler fake news, que podem trazer “alarmismos” e “catastrofismos”.
- Criar uma rotina, com previsibilidade em meio ao caos, tendo horário para se levantar, fazer as aulas, descansar, se reunir e conversar com a família. Para as crianças, especialmente, a rotina é importante para que saibam que está tudo bem e que o mundo continua organizado, mesmo que diferente.
- Manter-se intelectualmente ativo, aprendendo coisas novas se tiver tempo.
- Manter contato social, mesmo que à distância, fazendo telefonemas e conversando com quem se ama.
- Focar no presente, respirar, fazer meditação guiada, mindfullness, ou meditação ativa, para controlar a ansiedade.
- Se conscientizar sobre as suas próprias dificuldades e potencialidades, sem negar que se tem ansiedade, se está tristes ou com medo, para, a partir dessa aceitação, trabalhar flexibilidade, autogestão e resiliência.
- Validar os sentimentos das crianças quando elas ficarem irritadas ou bravas, não dizendo que elas não podem ficar assim. Todos os sentimentos são necessários e ajudam a evoluir.