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Dia Mundial da Conscientização do Autismo: Entender um filho na sua individualidade

O dia 2 de abril é o Dia Mundial de Conscientização do Autismo e foi criado pela ONU para conscientizar sobre o tema

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Diego é pai de dois filhos e o menino, João, é autista. Foto: Flávio Cunha
Diego é pai de dois filhos e o menino, João, é autista. Foto: Flávio Cunha
Por Cainan Silva

Diego Rosa da Costa, de 37 anos, é jornalista e pai de dois filhos. João e Clara. O menino foi diagnosticado com autismo antes de completar 2 anos. Os choros que não conseguiam ser apaziguados e a dificuldade de responder chamados gerou desconfiança nos pais, que passaram a levá-lo na psicóloga e fonoaudióloga. “O aprendizado é imenso, tu precisa refazer toda a tua ideia de qual é o papel de um pai. Eu entendia que era ser mais duro e enérgico e eu não podia agir assim com ele, porque faria que ele ficasse mais retraído e se afastasse de mim. Tive de recalcular a rota e me reinventar”, conta Diego.

João gosta de escrever e desenhar na escola. Foto: Flávio Cunha
João gosta de escrever e desenhar na escola. Foto: Flávio Cunha


João ingressou na Escola William Richards Schisler, situada na capital gaúcha, no bairro Azenha,  no começo do ano letivo de 2023. Uma das preocupações da família era que ele estivesse em um ambiente inclusivo, com profissionais que conhecessem o transtorno e fossem capazes de dar a ele o suporte necessário para o seu desenvolvimento. Diego conheceu a escola por meio da coordenadora da 1ª CRE, Márcia Garcia, que trabalhou com educação especial por bastante tempo. Ele explica o porquê de ter escolhido a instituição: “Lá, contamos com uma diretora que é muito empenhada pela escola e pelos alunos, uma professora na sala de recursos com 20 anos de experiência com alunos autistas e a professora da turma do João, que é muito dedicada também.”

A professora Thaíse Rockenbach, que leciona para a turma em que João está inserido, conta um pouco sobre seu processo. “A gente aprende a ter paciência, a responder a mesma pergunta diversas vezes. Ele é uma criança muito interessada nas coisas. A repetição é muito necessária para ele absorver e entender as coisas que estou explicando”. De acordo com Diego, a relação entre os dois é ótima e o menino faz muitos elogios à docente.

A professora Thaíse Rockenbach fala sobre os desafios e aprendizados de lecionar.  Foto: Flávio Cunha
A professora Thaíse Rockenbach fala sobre os desafios e aprendizados de lecionar. Foto: Flávio Cunha



O Estado oferece aos 4.653 estudantes com o Transtorno do Espectro Autista um professor de educação especializada (AEE). É o que explica a chefe de divisão de inclusão educacional da Seduc, Rejane de Oliveira: “Junto com os professores regentes, esse profissional faz uma interlocução, criando pontes entre o estudante, a família e a escola. Ele ajuda a criar estratégias e busca formas de melhor atender cada aluno, criando um atendimento personalizado”.

De pai para filho

Diego reforça a importância de deixar o preconceito de lado ao perceber que seu filho tem necessidades especiais. “Eu busco entender o meu filho na individualidade dele. Antes de ver ele como uma criança especial, ver ele como uma criança, que tem muitas características minhas. É preciso deixar o preconceito de lado. No momento que se percebe que a criança tem algum grau de dificuldade é importante que a família busque tratá-la, para que se desenvolva de maneira plena. A única diferença é que meu filho percebe o mundo de um jeito diferente.”

Diego e Angélica são os pais de João e Clara. Foto: Flávio Cunha
Diego e Angélica são os pais de João e Clara. Foto: Flávio Cunha
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